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sexta-feira, janeiro 13, 2006
Good Night, and Good Luck


Ah, a magia do preto e branco.

Abriu a caça ao Oscar e Good Night, and Good Luck tem muito boas armas. Um argumento fortíssimo, sobre o jornalismo, particularmente o televisivo, e sobre a importância que este tem no panorâma político.

O filme centra-se na história de Edward R. Murrow, durante a sua "campanha" no programa "See it Now" contra o Senador Joseph McCarthy. McCarthy ficou famoso quando, em 1950, afirmou, falsamente, que tinha em seu poder uma lista de pessoas que trabalhavam para o Departamento de Estado e que estariam ligados ao Partido Comunista. Mais tarde persegue os militares da mesma forma. A "caça às bruxas" que McCarthy inicia é um obstáculo à liberdade de expressão nos EUA. O clima era de medo e vivia-se uma era com a qual facilmente nos identificamos, se a compararmos com a perseguição de Salazar antes do 25 de Abril.(felizmente não passei por isso, mas a história está ainda muito presente na mente dos portugueses) Esse medo vivido nos anos 50 nos EUA ecoa, mais do que nunca, nos nossos dias, ainda que as ameaças sejam outras.

Edward R. Murrow sente-se na obrigação, como jornalista, de expôr McCarthy à justiça popular e começa por pegar no caso de um homem, e da sua família, injustamente acusados de estarem ligados ao Partido Comunista. A partir daí o confronto é inevitável.

A realização de George Clooney é uma agradável surpresa e a extrema focalização do filme num tema funciona a seu favor, permitindo-lhe entreter o público apenas mostrando o trabalho diário de um grupo de pessoas. Mas essa rotina acaba por ser o mais emocionante de assistir. O fascínio de George Clooney pelo jornalismo (o seu pai é jornalista) dá um carácter pessoal ao filme, sentimos o gosto pelo lavor, e o realizador consegue fazer com que o estúdio seja ao mesmo tempo um altar e um confessionário. Algo para descontrair e para se marterizar.

O filme tem um ar clássico (o preto e branco ajuda muito), mas há ainda outros factores que lhe conferem um estatuto superior, de classe. Dianne Reeves intercala algumas cenas do filme cantando músicas de jazz, transportando-nos para aqueles anos 50, de vestidos e penteados líndíssimos, de música acima da média, da televisão que assumia um papel de grande destaque na vida quotidiana e temos ainda algumas cenas de notícias reais que são utilizadas no filme. O toque do cigarro (fumar na televisão era natural para a época) também dá um certo estilo.

Os actores não desapontam, pelo contrário, brilham como tudo o resto. David Strathairn será (espero eu), merecidamente, nomeado para a estatueta dourada. A sua interpretação é fabulosa mas, infelizmente, não conheço o verdadeiro Edward R. Murrow para poder comparar. De qualquer forma, o actor toma o papel como seu. Também os restantes actores secundários fazem um excelente trabalho, desde George Clooney, passando por Ray Wise e Patricia Clarkson, até ao recém "renascido" Robert Downey Jr.

O ano vai ainda muito no ínicio mas Good Night, and Good Luck já se candidata ao lugar dos melhores. Já estava na altura de fazerem das Biopics algo interessante.

A minha classificação é de: 9/10

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posted by not_alone @ 19:26  
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